domingo, 10 de maio de 2009

Open Educacional Resources - OER's

Os REA ou OER (sigla em inglês) são recursos educativos abertos de ensino e de aprendizagem disponíveis gratuitamente na internet, sob licenças de direitos de autor, que permitem o seu uso, adaptação e redistribuição livremente.

Na génese do movimento OER está subjacente que o conhecimento é um bem público e, como tal, deveria ser partilhado (Share) com todos os povos. Petre Suber no seu post intitulado "Harms of privatizing knowledge" refere que a privatização do conhecimento é contraproducente à educação e progresso dos povos, com consequências nefastas para o meio ambiente.

Os progressos verificados nas tecnologias de informação criaram oportunidades únicas de intercâmbio e de distribuição do conhecimento a nível planetário. Os Recursos Educativos Abertos (REA) ao circularem livremente e de forma aberta pela Internet constituem uma solução para colmatar o “fosso educativo” que separa os povos.

Graças à circulação mundial dos REA, melhorados e ampliados por conteúdos produzidos pelos inúmeros utilizadores, disponibilizam aos professores e aos alunos recursos de qualidade a custos reduzidos. O desenvolvimento dos REA assenta num processo colaborativo, originando comunidades de utilizadores em torno de conteúdos.

Após a resistência inicial à partilha de conteúdos motivada pelos direitos de autor, são já várias as organizações do sector da educação que adoptaram uma abordagem de fonte aberta reduzindo a lacuna educacional. Por exemplo as universidades do Porto e do Minho já dispõem de repositórios de recursos de acesso livre, produzidos nas próprias universidades. As obras depositadas nestes repositórios estão abrangidas pela licença pública Creative Commons ou protegidas por direito de autor.

O portal do Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) tem como objectivo a recolha, agregação e indexação dos conteúdos científicos em acesso aberto (livre) existentes nos repositórios institucionais das entidades nacionais de ensino superior e outras organizações de i &D, constituindo-se como um ponto único de pesquisa, descoberta, localização e acesso a milhares de documentos de carácter científico e académico. De acordo com o post “Cibertecário 0.2” Desde a sua apresentação na 3ª Conferência Open Access, em Dezembro de 2008, o RCAAP já ultrapassa os 20.000 documentos académicos e científicos referenciados e tudo leva a crer que vá ganhar maior expressão e o RCAAP irá afirmar-se como uma ferramenta importante no sistema de informação científica nacional.

Se a nível universitário os OER’s estão a dar os primeiros passos, nos restantes níveis de ensino os REA’s constituem ainda uma ferramenta pedagógica a descobrir e a explorar. Muito há ainda a fazer no campo da formação dos professores para que o potencial destas ferramentas educativas tenha uma efectiva aplicação na prática pedagógica do processo de ensino-aprendizagem.

5 comentários:

  1. Olá Rui
    Concordo em absoluto consigo quando refere que os REAs têm uma maior implementação ao nível universitário do que dos restantes níveis de ensino.
    Quanto a mim, um desfio que se coloca é o de difundir também os REAs ao nível do Básico e do Secundário. Alterando mentalidades poderemos, com o auxílio dos REAs, alterar práticas pedagógicas que nos poderão permitir dar um passo em frente na educação.

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  2. Olá Rui,

    fala num ponto interessante: aproximação de povos/culturas através dos OER. De facto, estes recursos podem atravessar fronteiras por serem de livre acesso. basta uma ligação à Internet e toda a gente pode APRENDER e PARTILHAR!

    Sandra

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  3. Olá Rui,

    Lendo o seu post, lembrei de um texto que li onde diza – o que recebemos de graça devemos oferecer de graça - muito boa a relação feita combinado a questão da evolução social provocada pelo desenvolvimento das OERs.

    Marcus

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  4. Bom dia, Rui.

    Apesar de extemporâneo, ficam aqui registadas estas palavras.

    Quanto li o seu post, interessou-me, particularmente, no 2º parágrafo, a ideia de que "a privatização do conhecimento é contraproducente à educação e progresso dos povos, com consequências nefastas para o meio ambiente."

    Na altura, ainda pesquisei sobre esse último aspecto que registei agora a negrito.

    Não encontrei nada que me permitisse aprofundar a questão. Mas agora, fazendo a pesquisa para a Actividade 3, dei com este artigo, de Fredric M. Litt - A nova ecologia do conhecimento: conteúdo
    aberto, aprendizagem e desenvolvimento
    - , cujo link aqui deixo. Creio que vai achar interessante.

    Transcrevo apenas um excerto, onde se sublinha a importância dos OER neste novo processo de aquisição de conhecimento, contraposta, precisamente, à ideia de que que o conhecimento seja algo privado, individual:

    O que motiva um profissional a se dedicar ao
    movimento open, contribuindo seu tempo e talento
    para a produção de algo que não trará benefícios
    financeiros pessoais? Embora Adam Smith, no século 18, tivesse afirmado que seres humanos são, por natureza, egoístas e interessados apenas no seu próprio bem-estar, um novo paradigma de trabalho parece estar em desenvolvimento – um que encoraja
    compartilhar o produto do trabalho de pessoas ou
    grupos com outras pessoas e grupos, sem envolver
    remuneração. Alguns dizem que é a expressão do
    sentimento daqueles que sentem que estamos em
    uma época de abundância, e que a generosidade
    pega bem para pessoas “resolvidas”. Pelo menos na produção de Foss (software aberto).

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  5. Olá Rosalina,

    Agradeço o seu comentário e a gentileza em me disponibilizar o artigo "A nova ecologia do conhecimento..."
    Rui Guimarães

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